Cap. 19
A Tarefa Primária da Igreja

Deus obviamente está se movendo poderosamente entre os crentes nativos. Estes são os maravilhosos dias finais da história do Cristianismo. Agora é tempo de toda a família de Deus se unir e compartilhar um com o outro, como a igreja do Novo testamento fez, as igrejas ricas doando às mais pobres.
O corpo de Cristo no oriente está olhando para o ocidente a fim de unirem as mãos neste tempo de colheita e para o sustento da obra com as bênçãos materiais que Deus tem feito chover sobre eles. Com o amor e apoio dos crentes norte-americanos, podemos ajudar os nativos evangelistas e suas famílias marcharem avante e completar a tarefa de evangelização do mundo neste século.
Quando me apresento nos púlpitos através da América do Norte, falo em favor dos irmãos nativos. Deus me chamou para ser servo dos irmãos necessitados que não podem falar por si mesmos na América do Norte.
Enquanto espero para falar, olho para toda a congregação, e freqüentemente oro por algum dos missionários pelo nome. Geralmente oro alguma coisa como: “Senhor Jesus, devo estar aqui no lugar de Thomas John e P.T Steven hoje. Que eu os possa representá-los fielmente. Ajude nos a atender suas necessidade através desta reunião.”
Naturalmente, os nomes dos nativos missionários mudam a cada vez. Mas creio que a vontade de Deus não será completada em nossa geração a menos que esta audiência e muitas outras como ela atendam ao clamor do perdido. Cada um de nós deve seguir o Senhor no lugar em que Ele nos chamou – o evangelista nativo em sua terra e os mantenedores aqui neste lugar. Alguém obedece indo; outros obedecem sustentando. Mesmo se você não vai para a Ásia, você pode cumprir a Grande Comissão ajudando a enviar irmãos nativos aos campos pioneiros.
Esta – e muitas outras verdades similares a respeito de missões – não são compreendidas no ocidente. A pregação e ensino a respeito de missões têm sido abandonados na maioria das nossas igrejas. O triste resultado é visto em todo lugar. Muitos crentes não mais podem definir o que um missionário é, o que ele ou ela faz, ou qual é o trabalho da igreja e como está relacionado com a Grande Comissão.
Um interesse em declínio em missões é o sinal seguro de que uma igreja e seus membros deixaram seu primeiro amor. Nada é mais indicativo do declínio moral do ocidente do que os crentes que perderam a paixão de Cristo por um mundo perdido e moribundo.
Quanto mais velho me torno, mais entendo a razão real de milhões irem para o inferno sem ouvir o Evangelho.
Na verdade, este não é um problema de missões. Como disse mais cedo, é um problema teológico – um problema de falta de entendimento e incredulidade. Muitas igrejas têm se desviado para tão longe dos ensinamentos bíblicos que os crentes não podem explicar por quê o Senhor nos deixou aqui na terra.
Todos nós fomos chamados para um propósito. Alguns anos atrás quando eu estava no norte da Índia, um garotinho de aproximadamente 8 anos me olhava enquanto me preparava para minha meditação matinal. Comecei a falar para ele a respeito de Jesus e fiz a ele várias perguntas.
“O que você está fazendo?” Perguntei ao menino
“Estou indo p’rá escola,” replicou ele.
“Por quê você vai à escola?”.
“Para estudar,” ele disse.
“Por quê você estuda?”
“Para ficar inteligente.”
“Por quê você quer ficar inteligente?”
“Porque quero conseguir um bom emprego.”
“Por quê você quer um bom emprego?”
“Para ganhar uma porção de dinheiro.”
“Por quê você quer ganhar uma porção de dinheiro?”
“Para comprar comida.”
“Por quê você quer comprar comida?”
“Para poder comer.”
“Por quê você quer comer?”
“Para viver.”
“Por quê você vive?”
Nesse momento, o garotinho pensou por um minuto, coçou sua cabeça, olhou-me no rosto e disse, “Senhor, por quê eu vivo?” Ele pausou por um instante em meio aos pensamentos, então deu sua própria e triste resposta, “para morrer!”
A questão é a mesma para todos nós: Por quê vivemos?
Qual é o propósito básico de nós vivermos neste mundo, enquanto você proclama ser um discípulo do Senhor Jesus Cristo? É para acumular riqueza? Fama? Popularidade? Para satisfazer os desejos da carne e da mente? E de alguma maneira sobreviver e, ao final, morrer e ainda esperar ir para o paraíso?
Não, o propósito de nossas vidas como crentes deve ser obedecer a Jesus quando Ele disse, “Ide a todo o mundo, e pregai o evangelho...” Eis o que Paulo fez quando ele baixou seus braços e disse, “Senhor, o que queres que eu faça?”
Se toda a sua preocupação é acerca da sua própria vida, seu trabalho, suas roupas, boas roupas para seus filhos, corpos saudáveis, uma boa educação, um bom emprego e casamento, então suas preocupações não são diferentes dos pagãos no Butão, Myanmar (antiga Birmânia), ou Índia.
Nos meses recentes tenho olhado p’rá traz, naqueles sete anos de evangelismo nos vilarejos como uma das grandes experiências de aprendizado da minha vida. Nós andamos nos passos de Jesus, encarnando-o e representado-o para as massas de pessoas que nunca tinham ouvido o Evangelho.
Quando Jesus estava aqui na terra, seu objetivo era não fazer nada além do que a vontade de Seu Pai. Nosso comprometimento deve ser somente com Sua vontade. Jesus não mais está andando sobre a terra. Nós somos Seu corpo, Ele é a nossa cabeça. O que significa que nossos lábios são os lábios de Jesus. Nossas mãos são as Suas mãos; nossos olhos, Seus olhos; nossa esperança, Sua esperança. Minha esposa e filhos pertencem a Jesus. Meu dinheiro, meus talentos, minha educação – tudo pertence a Jesus.
Então qual é a vontade dEle? O que estamos fazendo neste mundo com todas estas dádivas que Ele nos tem dado?
“Como o Pai me enviou, eu os envio a vós,” são as instruções dEle. “Ide e ensinai a todas as nações, batizando as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo: ensinando os a observar todas as coisas que eu vos tenho ordenado; e eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (João 20:21; Mateus 28:19-20).
Cada Cristão deveria saber as respostas para as três seguintes questões básicas, a respeito de missões a fim de cumprir o chamado de nosso Senhor para alcançar o mundo perdido para o Seu Nome.
Primeiro, Qual é a tarefa primária da igreja? Cada um dos quatro Evangelhos – Mateus, Marcos, Lucas e João – nos dá um mandato do nosso Senhor Jesus, a declaração de missões da Igreja conhecido como a Grande Comissão. Veja Mateus 28:18-20; Marcos 16:15-16; Lucas 24:47; João 20:21.

Estes missionários de Gospel for Asia estão envolvidos em atingir as regiões
montanhosas não alcançadas do Nepal. Eles freqüentemente sobem trilhas perigosas
nas montanhas, arriscando suas vidas para atingir os não-alcançados.


Todos os anos, Gospel for Ásia produz milhões de partes de literatura
em 18 idiomas diferentes para alcançar multidões que estão
desesperadamente famintas pelo Evangelho.


TODOS OS ANOS, dezenas de missionários nativos são espancados pela pregação do Evangelho.
Alguns precisam ser hospitalizados, e uns poucos são mesmos martirizados pelo amor a Cristo.
Mas eles continuam a ir, conhecendo os riscos,
seus corações ardem para levar a mensagem de Jesus Cristo às áreas perdidas da Ásia.



Os Missionários nativos freqüentemente devem andar de 10 a 15 milhas (16 a 24 quilômetros) para alcançar um simples vilarejo. As bicicletas permitem a eles atingir dezenas delas. A cada ano Gospel for Asia compra vários milhares de bicicletas, capacitando os missionários irem mais longe, e mais rápido.

AS EQUIPES DAS VANS DA GFA são um dos mais poderosos instrumentos de evangelização.
Equipados com literatura cristã, o filme A Vida de Jesus, um gerador, e um megafone,
eles viajam de vilarejo em vilarejo, pregando o Evangelho e plantando igrejas.


Com UMa taxa de analfabetismo 60 a 80 por cento em muitas partes do subcontinente, quadros como este comunicam claramente o Evangelho. Estes aldeões ouvem avidamente enquanto os missionários falam a respeito do Senhor Jesus Cristo. Freqüentemente, lá mesmo na rua, eles recebem Jesus em seus corações.


O Rádio é um meio extremamente efetivo para atingir os não-alcançados.
Em cooperação com as radiodifusoras internacionais, Gospel for Ásia produz diariamente transmissões em 83 idiomas diferentes. Mais de 50.000 pessoas escrevem a cada mês, pedindo mais informações a respeito do Senhor.


Uma família ouve uma transmissão em Nepalês da rádio Gospel for Ásia.
A cada ano, em áreas remotas através do campo missionário, igrejas são plantadas através das transmissões da rádio GFA. Milhões de pessoas ouvem o nome de Jesus através deste meio.

A Grande Comissão revela a razão de Deus ter-nos deixado aqui neste mundo, a principal atividade da igreja até Jesus voltar como Rei dos Reis para nos levar para si mesmo. Seu desejo é o de irmos a todos os lugares proclamando o amor de Deus para um mundo perdido. Exercitando a autoridade dEle e demonstrando seu poder, nós estamos pregando o Evangelho, fazendo discípulos, batizando e ensinando as pessoas a obedecer a todos os mandamentos de Cristo.
Esta tarefa envolve mais do que distribuir folhetos, realizar cultos nas ruas ou mostrar compaixão ao doente e faminto, apesar de que estas coisas possam estar envolvidas. Mas o Senhor quer que continuemos como Seus agentes para redimir e transformar as vidas das pessoas. Fazer discípulos, como Jesus definiu, obviamente envolve um processo de longo tempo no plantio local de igrejas.
Observe também que as referências à Grande Comissão estão acompanhadas de promessas do poder divino. A expansão global da Igreja obviamente é tarefa para um povo especial que está vivendo suficientemente íntimo com Deus para discernir e exercitar Sua autoridade.
Segundo, Quem é um missionário? Um missionário é alguém enviado pelo Senhor para estabelecer o testemunho cristão onde tal testemunho é ainda desconhecido. A atividade missionária definida tradicionalmente geralmente envolve sair da nossa própria cultura imediata para outra, levando o Evangelho para povos que diferem em ao menos um aspecto – tais como linguagem, nacionalidade, raça ou tribo – de nossa próprio grupo étnico.
Por algumas razões, muitos norte-americanos têm acreditado que um missionário é apenas alguém do ocidente que vai para a Ásia, África ou alguma terra estrangeira. Não é assim. Quando um Brahmin Hindu cruza as fronteiras entre as castas da Índia e trabalha entre castas mais baixas, ele deve ser reconhecido como um missionário tanto quanto uma pessoa que vai de Detroit para Calcutá.
Os cristãos no ocidente devem abandonar a idéia totalmente anti-bíblica que eles devem sustentar somente os missionários brancos da América. Hoje é essencial que nós sustentemos missionários indo do sul da Índia, de uma ilha das Filipinas para outra, ou da Coréia para a China.
A menos que abandonemos o racismo implícito em nossa definição não-oficial de um missionário, nunca veremos o mundo alcançado para Cristo. Enquanto governos podem fechar as fronteiras de seus países para os missionários ocidentais, eles não podem fecha-las para o seu próprio povo. O Senhor está levantando um exército de missionários nacionais neste momento, mas eles não podem ir a menos que os norte-americanos continuem sustentando a obra como eles fazem quando os missionários ocidentais estão no campo.
Terceiro, Onde é o campo missionário? Um dos maiores enganos que cometemos é definir campo missionário em termos de nações estados. Estas são apenas fronteiras políticas ao longo de linhas arbitrárias através de guerras ou fronteiras naturais tais como montanhas e rios.
Uma definição mais bíblica compreende agrupamentos lingüísticos e tribos. Assim, um campo missionário é definido como qualquer grupo cultural onde não tem ainda estabelecido um grupo de discípulos.
Os Árabes de Nova Iorque, por exemplo, ou as pessoas de uma tribo dos Índios Hopi em Dallas, são grupos ainda não-alcançados nos Estados Unidos. Mais de 10.000 de tais agrupamentos através do mundo representam os campos missionários realmente pioneiros no nosso tempo.
Eles serão alcançados somente se alguém de fora de sua cultura está desejoso de sacrificar o conforto de sua própria comunidade par alcança-los com o Evangelho de Cristo. E para ir e fazer o trabalho, aquela pessoa precisa de crentes em casa que permaneceram atrás sustentando com orações e financeiramente. O movimento missionário nativo na Ásia – porque está bem mais perto da maioria dos povos não-alcançados do mundo – pode mais facilmente enviar evangelistas. Mas eles nem sempre podem levantar o apoio necessário dentre suas populações empobrecidas. É onde os cristãos no ocidente podem tomar a frente, compartilhando sua abundância com os servos de Deus na Ásia.
O missionário George Verwer acredita que a maioria dos cristãos norte-americanos estão ainda apenas brincando de soldados. Mas ele também crê, como eu, que através da américa indivíduos e grupos querem acordar o gigante adormecido em nossa nação para sustentar as necessidades dos missionários para evangelização da Ásia. Não devemos descansar até a conclusão da tarefa.
Você pode nunca ser chamado pessoalmente para atingir os povos perdidos da Ásia, mas como um soldado sofrendo em seu lar, você pode tornar possível para milhões ouvir o Evangelho nos confins da terra.
Hoje estou chamando cristãos para renunciarem a seu cristianismo envelhecido, usar as armas do arsenal espiritual e avançar sobre o inimigo. Devemos parar de saltar sobre os versos que dizem, “ Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me,” e “Assim, pois, todo aquele dentre vós que não renuncia a tudo quanto possui, não pode ser meu discípulo” (Mateus 16:24; Lucas 14:33).
Foram estes versos escritos somente para os missionários nativos que estão nas linhas de frente sendo apedrejados e espancados e indo famintos pela sua fé? Ou eles foram escritos apenas para os crentes norte-americanos que confortavelmente vão indo através de eventos nas igrejas, em conferências e concertos? Naturalmente não. Estes versos se aplicam igualmente a cristãos em Bangkok, Boston e Bombaim. Diz Verwer,

“Algumas revistas missionárias e livros nos deixam com a impressão que a evangelização do mundo é apenas questão de tempo”. Uma pesquisa mais cuidadosa mostrará que em áreas densamente povoadas a obra de evangelização está recuando mais do que avançando.
Em vista disto, nossas táticas são simplesmente loucas. Talvez 80 por cento dos nossos esforços para Cristo — fracos como eles freqüentemente são — ainda apontam a somente 20 por cento da população mundial. Literalmente centenas de milhões de dólares são vertidos em cada tipo de projeto cristão em casa, especialmente edifícios, enquanto somente uma parte magra vai para regiões alhures. Indiferente os santos acreditam que dando umas poucas centenas de dólares eles fizeram a sua parte. Nós temos medido a nós mesmos por aqueles que estão próximos de nós que pouco podemos ver o padrão de homens como Paulo ou mesmo pelo próprio Jesus.
Durante a Segunda Guerra Mundial, os Britânicos mostraram-se capazes de sacrifícios impressionantes (como outras nações). Eles viveram em escassez, com magras rações. Eles cortaram suas grades e as enviaram às fábricas de armas. Ainda assim hoje, no que é mais uma verdadeira Guerra Mundial (espiritual), os cristãos vivem como soldados em tempo de paz. Veja as injunções de Paulo a Timóteo em 2Timóteo 2:3-4: “Sofre comigo como um bom soldado de Cristo Jesus. Nenhum soldado em serviço se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra.”
Nós parecemos ter uma idéia estranha do serviço cristão. Nós compraremos livros, viajaremos milhas para ouvir um orador sobre bênçãos, pagamos grande somas para ouvir um grupo cantando as últimas canções cristãs – mas nos esquecemos que somos “soldados”.

Dia após dia eu continuo com esta única mensagem: os missionários nativos famintos e feridos estão esperando para ir até ao próximo vilarejo com o Evangelho, mas eles necessitam de suas orações e sustento financeiro. Nós estamos enfrentando um novo dia em missões, mas isto requer a cooperação de cristãos em ambos oriente e ocidente.

Fonte: "Revolution in World Missions"
Autor: Dr. K.P. Yohannan
Tradução: Hermann & JeffQuevedo

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