Revolução em Missões Mundiais

Cap. 8
Um Novo Dia em Missões

Algumas centenas de crentes dedicados estão agora sustentando missionários nativos. Mas a despeito desta áurea de sucesso, muitas coisas quebrantam meu coração, especialmente a condição dos crentes americanos. O que aconteceu com o zelo especial por missões mundiais que fizeram esta nação tão grandiosa? Noite após noite eu me apresento diante de auditórios, tentando o melhor para fazê-los entender as realidades globais de nosso planeta. Mas de alguma forma não conseguia mostrá-las. Eu podia ver claramente, que eles tinham tomado uma direção errada. Por quê eles não enxergavam?
Aqui estavam pessoas de grandes privilégios – a nação mais capaz, mais rica e mais livre para envolver-se na Grande Comissão, mais do que qualquer outra em toda a história. Meus ouvintes pareciam até mesmo não entender esta verdade. Contudo mais confuso para mim era o fato de que nas relações pessoais eu descobri que meus anfitriões eram agradáveis, freqüentemente generosos e espiritualmente abençoados. Como a igreja do primeiro século em Corinto, parecia agraciada com todas os dons espirituais.
Por quê então estava falhando em comunicar esta mensagem? Se o movimento nativo missionário era realmente a vontade de Deus – e eu sabia que era – então por que as pessoas eram tão lentas em participar?
Alguma coisa obviamente estava errada. Satanás tinha colocado uma venda, ou talvez muitas vendas, nas mentes dos crentes do ocidente. Eles claramente tinham perdido o mandato do Evangelho, abdicando da herança de missões mundiais, o chamado de Deus que ainda repousa sobre esta nação.
Em minhas orações eu comecei a buscar uma mensagem de Deus que trouxesse uma mudança no estilo de vida para a Igreja. E veio após algumas semanas. E a mensagem veio alta e clara: A menos que haja arrependimento entre os cristãos – individualmente e em conjunto com a comunidade de crentes – um terrível julgamento cairá sobre a América.
Eu estava certo então, e ainda hoje, que as mãos de graça e perdão de Deus permanecem estendidas para Seu povo. Duas razões, pareceram à mim, serem as causas da atual apatia que tem avançado como um câncer sobre os crentes americanos. A primeira é histórica. A segunda é, pecados não confessados relacionados a três iniqüidades básicas: orgulho, incredulidade e mundanismo.
Historicamente, a igreja do ocidente perdeu seu interesse em aceitar o desafio para missões mundiais ao fim da Segunda Guerra Mundial. Desde essa época, que o seu mandato moral e visão para missões de alcance global tem diminuído continuamente. Hoje a média do crente norte-americano pode dificilmente pronunciar a palavra “missionário” sem ter na mente, as caricaturas de desenho animado, de ridículos homenzinhos com ossos no pescoço – imagens de canibais com lanças e potes negros de água fervente.
A despeito de uma valente ação na retaguarda de muitos líderes evangélicos e missões proeminentes, tem sido impossível para os missionários ocidentais lidar com o crescimento populacional explosivo, e as novas realidades políticas de nacionalismo no Terceiro Mundo. A maioria dos cristãos norte-americanos, ainda concebem missões em termos de pessoas brancas, loiras de olhos azuis indo para as nações negras do Terceiro Mundo. De fato, tudo mudou ao final da Segunda Guerra Mundial quando as potências ocidentais perderam o controle político e militar de suas antigas colônias.
Quando preguei diante de congregações em igrejas e conferências de missões norte-americanas, as pessoas ficaram atônitas em ouvir os fatos reais de missões hoje. A liderança na frente de trabalho das missões na Ásia foram assumidas quase completamente por missionários locais. E os resultados são notáveis. Crentes estão chocados em perceber que missionários nativos estão plantando centenas de novas igrejas a cada semana no Terceiro Mundo, que milhares de pessoas ao dia, estão se convertendo a Cristo, e que dezenas de milhares de homens e mulheres bem qualificados, espiritualmente capazes, estão agora prontos a iniciar mais trabalho missionário se nós pudermos levantar o suporte para tal.
Na Índia, que não mais permite missionários evangelistas ocidentais, está ocorrendo mais crescimento da igreja e vocação missionária para outros países do que em qualquer momento de nossa história. A China é outro bom exemplo das novas realidades. Quando os comunistas expulsaram os missionários ocidentais e fecharam as igrejas em 1950, parecia que o cristianismo estava morto. Realmente, a maioria dos líderes conhecidos foi aprisionada, e toda uma geração de pastores chineses foi morta ou desapareceu nas prisões comunistas e câmeras de tortura.
Mas hoje, após a reabertura da comunicação com a China, de 40.000 a 50.000 igrejas subterrâneas sobreviveram, escaparam da perseguição comunista. O número de cristãos cresceu e é estimado em 100 milhões – 50 vezes o tamanho da igreja na China, quando os missionários ocidentais foram lançados fora. Mais uma vez, tudo isto está acontecendo sob a direção espiritual da igreja local.
A partir da perspectiva histórica, não é difícil traçar como o pensamento ocidental tem estado confuso diante da marcha da história. No começo dos anos 50, a destruição das instalações coloniais missionárias foram grande notícias. Assim como a China, Índia, Myanmar (antigo Birmânia), Coréia do Norte, Vietnam do Norte e muitas outras nações recém independentes, fecharam suas portas e lançaram fora os missionários ocidentais, era natural para as igrejas e denominações missionárias tradicionais assumir que o seu tempo tinha acabado.
Isso, obviamente, era uma mentira em si mesmo, como ficou evidenciado pelo crescimento das missões evangélicas no mesmo período. Mas muitos se convenceram que a era das missões tinham se acabado para sempre. A não ser pelo apelo anual de missões na maioria das igrejas, muitos crentes norte-americanos perderam a esperança de ver a Grande Comissão de Cristo atingir uma escala global. Apesar de raramente falado, a implicação era a seguinte: Se os conselhos de missões norte–americanas e européias ocidentais não estivessem liderando o trabalho, então elas não poderiam acontecer.
O sustento missionário, uma vez usado para proclamar o Evangelho fora cada vez mais desviado para programas de caridade social para os quais os novos governos das antigas colônias eram mais simpáticos. Uma teologia de conveniência se desenvolveu equiparando igualdade social e ação política com evangelismo.
Muitos dos missionários ocidentais que estiveram na Ásia também foram profundamente afetados pelo nacionalismo crescente. Eles começaram um contínuo recuo do evangelismo e discipulado, concentrando a maior parte dos seus esforços em radiodifusão, educação, assistência médica, publicações, ajuda e trabalho social. Missionários, quando de volta aos seus países, continuaram a passar a impressão que a indigenização significava, não somente que os missionários ocidentais estavam excluídos, como também estava excluída toda ajuda financeira ou qualquer outro tipo de assistência.
A polêmica entre os líderes ocidentais a respeito do futuro das missões tem se intensificado, produzindo grandes quantidades de livros e pesquisas de algum valor. Decepcionante, contudo, o efeito final sobre os cristãos tem sido extremamente negativo. Hoje a maioria dos crentes nem imaginam que nasceu um novo dia em missões, e que a ajuda deles é mais necessária do nunca.
A verdade é que, em muitos casos, já não é mais possível, por razões políticas, para missionários ocidentais ir aos confins da terra, mas os crentes americanos ainda têm um papel vital em ajudar-nos a terminar a obra no terceiro mundo. Eu louvo a Deus pelo trabalho pioneiro feito por Hudson Taylor e outros como ele, que foram enviados pelos crentes no passado. Ao invés disso, agora, em países como a Índia, necessitamos que seja enviado o sustento financeiro e técnico para os evangelistas nativos e professores da Bíblia.
Pense nas implicações de estar envolvido na obra da Grande Comissão, conseguindo envolver a igreja e a família para juntos com você patrocinar as missões nativas.
Imagine esta cena muito provável. A sua vida sobre a terra findou. Você chega aos céus. Lá entronizado em toda a Sua glória, está Nosso Senhor Jesus Cristo. Os demais santos e mártires a respeito dos quais você tem lido estão todos lá: Abraão, Moisés, Pedro e Paulo, mais os grandes líderes dos tempos modernos. Sua família e os amados que obedeceram o Evangelho também estão lá. Eles estão dando as boas vindas à sua entrada no paraíso. Você cambaleia em êxtase, cheio de júbilo e louvor. Todas as promessas das Bíblia são verdadeiras. As ruas realmente são de ouro, e a glória de Deus brilha resplandecente, substituindo o sol, a lua e as estrelas. Está além da capacidade de qualquer homem descrever.
Então, grupos de estranhos os quais você não reconhece, começam a juntar-se ao seu redor, de mãos dadas e com sorrisos de alegria. Eles abraçam você com afeição e gratidão.
"Muito obrigado... Muito obrigado... Muito obrigado," eles repetem em coro. Com grande surpresa você pergunta, "O que foi que eu fiz? Eu nunca os vi antes."
Eles contam para você a história de como chegaram ao paraíso, tudo porque seu amor e preocupações os alcançaram quando eles estavam na terra. Você vê que estas pessoas vieram de "cada língua, de cada tribo," como a Bíblia afirma - da Índia, Bangladesh, Butão, Tailândia e das Filipinas.
"Mas exatamente o que foi que eu fiz?" Você pergunta. Então, como num replay suas lembranças voltam a um dia da sua vida aqui na terra, quando um coordenador local de missões veio à sua igreja. Ele falou a respeito dos milhões de perdidos da Ásia - a respeito dos quase 300 milhões que nunca ouviram o Evangelho na Índia. Ele falou a respeito dos missionários nativos desesperadamente pobres e os desafiou a sustentá-los.
"Como resultado do seu apoio," a multidão de Asiáticos continua falando, "um dos nossos - um evangelista nativo - veio até nós e pregou o Evangelho do Reino de Deus. Ele vivia com simplicidade, como nós vivíamos, falando a nossa língua e vestindo-se como um de nós. Fomos capazes de aceitar sua mensagem facilmente. Nós ouvimos pela primeira vez a respeito do amor de Jesus, que morreu na cruz por nós, e com seu sangue nos redimiu do pecado, de Satanás e da morte.
Quando a multidão termina, famílias inteiras vêm até você. Você pode ver a ternura e a gratidão estampadas em seus rostos. Eles juntam-se aos outros, tomando você em seus braços e agradecendo novamente.
"Como podemos expressar nossa gratidão, pelo amor e cuidado que você mostrou, nos sustentando na terra, enquanto estávamos a batalhar no serviço do Senhor. Freqüentemente estávamos sem comida. Nossas crianças choravam pedindo leite, mas não o tínhamos para dar. Desconhecidos e esquecidos pelo nosso próprio povo, nós buscamos testemunhar para aqueles que nunca tinham ouvido o evangelho. Agora eles estão na eternidade conosco."
“Em meio ao nosso sofrimento, você entrou em nossas vidas com suas orações e apoio financeiro. Sua ajuda nos aliviou tanto - tornando possível para nós completar a obra do Senhor.”
“Nunca tivemos a chance de vê-lo no mundo. Agora podemos vê-lo aqui e passar toda a eternidade nos regozijando com todas as vitórias do Senhor.”
Então o próprio Jesus aparece. Você se inclina diante do Rei, enquanto Ele repete versos das Escrituras tão familiares para você:
"... porque tive fome, e me destes de comer; tive sede me destes e beber; era forasteiro, e me acolhestes; estava nu, e me vestistes; adoeci e me visitastes; estava na prisão e fostes ver-me... . Em verdade vos digo que, sempre que o fizeste a um desses meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes" (Mateus 25:35-40).
Essa história é apenas uma ficção, ou será realidade para muitos milhares de Cristãos? Acredito que poderá acontecer quando os crentes chegarem no céu e ver como eles têm guardado um tesouro onde a traça e a ferrugem não consomem.
Cada vez que eu falo a um auditório, tento logo no início da mensagem perguntar duas questões muito importantes que cada crente precisa responder para si mesmo:
- Por quê você acha que Deus permitiu seu nascimento na América ou Europa Ocidental, ao invés de entre as massas pobres da África e Ásia, e ser abençoado com tal abundância espiritual e material?
- À luz da superabundância que você desfruta aqui, qual é a sua mínima responsabilidade para com os incontáveis milhões de perdidos e sofredores dos países dos países do Terceiro Mundo?
Você nasceu em meio à privilegiada elite deste mundo. Você tem tanto enquanto outros têm tão pouco. Pense um momento acerca da vasta diferença entre seu país e as nações sem herança Cristã.
- Um quarto das pessoas do mundo vive com salário inferior a $ 3 dólares por semana - a maior parte deles na Ásia. A renda pessoal por ano no sul da Ásia é somente $ 180 dólares por ano. Os americanos ganham 54 vezes mais - e os crente americanos que vivem acima da média geral da economia ganham muito mais.
Na maioria dos países onde Gospel for Asia está servindo ao movimento missionário nativo, um bom salário é de $ 1 a $ 3 dólares ao dia. Enquanto a maior parte do mundo está principalmente preocupada de onde virá a próxima refeição, os americanos ricos gastam a maior parte do seu salário e passam tempo planejando compras desnecessárias.
As pessoas nos EUA, Canadá e Europa Ocidental gozam da liberdade de escolha. Liberdade política, imprensa e agrupamento, liberdade para;
- Adoração e organização de ministérios religiosos, liberdade de escolher onde e como viver, liberdade de organização para combater injustiças e problemas em seu próprio país, e no exterior são aceitas normalmente.
- Tempo para lazer e salário disponível, ainda que não determinado em lei, os cidadãos livres do mundo ocidental basicamente querem apenas viver a vida, algo extremamente difícil em muitas outras partes do mundo.
- Um grande número de redes de serviço em comunicação, educação, finanças, mídia e transportes estão disponíveis para efetuar mudanças. A ausência desses serviços é um enorme obstáculo para as pessoas em outras partes do mundo.
- Finalmente, existem poucas necessidades domésticas. Enquanto o desemprego é um sério problema em algumas áreas, é muito grande em quase todos os países do Terceiro Mundo. Quantos de nós podemos compreender o sofrimento de milhões de sem-teto, e famintos em nações como Bangladesh? Nos confins da terra os problemas aparecem em grande escala. Algumas nações lutam para resolver os seus problemas, mas ainda falham terrivelmente.
Esta lista é ilustrativa das muitas vantagens do viver no mundo Ocidental, onde os benefícios tem origem na sua herança cristã.

Fonte: "Revolution in World Missions"
Autor: Dr. K.P. Yohannan
Tradução: Hermann & JeffQuevedo

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